Resenha: Pax - Sara Pennypacker

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Esse foi o livro mais fofo e doce que já li. Sabe né? Tem aquela velha fórmula dos – queridos – escritores para fazer o leitor sofrer, chorar e se emocionar muito, e nesse caso é a seguinte: Criança + Bichíneo (Raposínea) + Amizade + Separação. Pronto! Como se não bastasse isso, em Pax ainda somos colocados numa ambientação insegura e violenta, período de guerra. Ai ferrou tudo! Uma verdadeira história de superação, fé, coragem e amizade. Dois, mas não dois!


“Na época, a guerra chegou à terra onde morei com humanos. Tudo foi destruído. Fogo para todo lado. Muitas mortes, e não só os doentes de guerra, que são os machos adultos. Crianças, mães, idosos da própria espécie deles também. E todos os animais. Os homens que estavam com essa doença cuspiram caos pelo caminho todo. “

Pax e Peter. Inseparáveis. Mas veio a guerra, e forçou esse desprazer para os dois. Logo no começo, senti uma pontada no peito. O pai de Peter meio que o obriga a abandonar Pax, que já morava com ele desde filhotinho. E é uma cena tão bem analisada do ponto de vista de Pax que me trouxe certa aflição, por ver sua agonia no momento do abandono. Ele vendo o Peter chorando e sem saber a causa daquilo, mas sentia uma inquietação e insegurança que a Sara Pennypacker de uma maneira sensacional conseguiu passar para mim. Peter sem escolha, pois seu pai era um pouco violento e explosivo. Em resumo, um capitulo – U M – e chorei.

“O que o fez se levantar de novo, apoiando-se primeiro nas patas dianteiras e só depois erguendo o restante do corpo, foi um segundo pensamento, o de que precisava encontrar seu menino para saber se ele estava bem. ”

Peter foi morar com seu avô, pois seu pai foi para o exército. Pax ficou muito longe dali, no meio de uma floresta perdido. Logo Peter descobriu que não deveria ter deixado aquilo acontecer, que ele amava aquela raposa e não poderia abandona-la. Pax não sabia caçar, não conhecia o lugar, nem mesmo estivera com outros de sua espécie. Peter resolve ir buscar Pax, fugir de casa. Ele era totalmente despreparado fisicamente, apenas um garoto de 12 anos. Mas, mesmo assim saiu, pois, sua amizade com Pax era mais importante. E aí começa uma jornada cheia de perigos, tanto pra Peter quanto para Pax. Coiotes, adultos, falta de alimento, dor no corpo e perna quebrada, raposas dominantes e guerra. Bombas. Mas Peter conheceu Vola, se tornaram amigos e mudou completamente o percurso de Peter.
“Durante a viagem, Pax refletia sobre o enigma do aroma do seu menino: o aroma que ficava embaixo dos outros. Ficava entre a dor e a saudade, brotando de um sofrimento forte por algo que Pax nunca conseguira definir. ”

Pax aprendeu a caçar. Aprendeu a dominar; procurar um bom abrigo. Aprendeu a sobreviver, aprendeu finalmente a viver como raposa. Peter se tornou forte. Preparado para tudo, principalmente a não desistir de seus sonhos, que no momento era encontrar Pax. A narrativa vai se alternando, entre Peter e Pax. Num momento Peter constrói um palco para teatro de fantoches a pedido da ex militar assombrada pelas marcas da guerra, Vola. Em outro, Pax protege com unhas e dentes seus novos amigos, que o ajudaram a sobreviver. O Cinzento, a Arrepiada e o Miúdo. Algumas perdas trágicas, algumas conquistas que o tempo não apagará. Olha, é uma leitura muito fácil, flui numa graça que a gente quando percebe está acabando. E então um frenesi de emoções nos toma conta. Será que tem um reencontro entre Peter e Pax? O que acontece com os amigos de Pax? E Vola, como ficou depois das 3 condições que Peter impôs? E depois? Só digo uma coisa: LEIA! Simplesmente fantástico. A edição é maravilhosa, tem vários desenhos lindos, traços bem delicados e a capa é dura. Folha de guarda sensacional, folhas amarelas e ótima diagramação.

Título: Pax
Autora: Sara Pennypacker
Editora: Intrínseca, 2016.
Páginas: 280
Nota: 5/5

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1 comentários

  1. Eu já estava muito animado para ler, agora ainda mais, mas você me conhece, demoro demais para terminar. rs

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