por Filipe Martins
Quando
fui intimado por Henrique a escrever sobre algum livro que eu li hesitei. No
entanto, vou fazer esse pequeno sacrifício pelo meu caro amigo. Inicialmente,
tive muitas dúvidas sobre qual livro falar, mas logo me veio à mente: O legado
da alegria soberana de John Piper. Assim, farei um breve esboço sobre o que se
trata do livro, e por se tratar de um documento biográfico/teológico ficou meio
corrido e talvez confuso, mas fiz o máximo para impedir esses vieses.
O livro se trata sobre a suficiência
e alegria promovida pela regeneração junto a cristo, através da vida de
Agostinho de Hipona, Martinho Lutero e João Calvino. Estes dois últimos são bem
conhecidos no meio protestante, mas o que poucos sabem é que toda teologia e
transformação promovida por eles são uma consequência do pensamento
agostiniano. Assim, o entendimento do livro gira em torno da vida e teologia desse
gigante na fé.
Aurelius Augustinus Hipponensis nascido em tagaste
norte da áfrica século IV marcou uma era inteira, com contribuições na
filosofia teologia e educação daquele tempo e por toda idade média. Piper
aborda logo de início as grandes falhas de Agostinho, principalmente no que se
refere à imoralidade sexual antes de conhecer a Deus, mas que o importunou
durante toda vida. Lascivo e dedicado somente aos prazeres carnais teve uma
conversão tardia (cerca de 30 anos) acalmando a dor de sua mãe Mônica por vê-lo
engodado em depravação tal. Em um de seus escritos no conhecido livro Confissões
ele declara:
Quão suave se tornou de repente para mim, a privação dos prazeres
infrutíferos, os quais eu tanto temia perder...! Tu afastaste estes prazeres de
mim, tu que és a verdadeira, a soberana alegria. Tu os afastaste de mim e tomaste
seu lugar... Tu que és o maior do que qualquer prazer (...) Ó Senhor meu Deus,
minha luz, minha riqueza e minha salvação.
O
livro todo se trata quase que unicamente da suficiência da graça de cristo
promovida pela regeneração de alguém totalmente falho que não era capaz de
seguir ao Senhor, expresso na citação acima.
Lutero
e Calvino, propulsores da reforma protestante utilizaram a da Soberania da
Graça divina pregada por Agostinho para promover esse importante movimento.
Naquela época a parte eclesiástica da igreja estava imersa em corrupções,
heresias e praticas abusivas para com os fiéis como indulgência e simonia. O
famoso e não por acaso Monge agostiniano (Lutero) ao ter contato com as
sagradas escrituras e os escritos de Agostinho não pôde manter-se calado. Fruto
de uma conversão turbulenta e com medo da morte de satanás e do pecado, o
temeroso monge encontrou refúgio na Graça de Cristo que o livra da morte do
inferno e de satanás. Tentando reformar a igreja ele foi excomungado depois de
muitas idas e vindas as quais não nos convém abordar nesse momento.
Calvino,
por sua vez, citou inúmeras vezes Agostinho em sua obra teológica mais
conhecida: As institutas. Ele usou dos argumentos de Agostinho para pregar
sobre a soberania da Graça de Deus, inclusive sobre o livre arbítrio, assunto o
qual não entrarei nesse momento. Foi pastor em Genebra e teve uma grande
contribuição nas Igrejas fundadas posteriormente, principalmente na
presbiteriana, congregacional e no movimento puritano que era o Calvinismo Inglês.
O
mais importante livro é que a alegria promovida pela presença do Senhor homens
falhos alcançam a salvação. E a graça de Deus que é superior a qualquer ação
humana alcança homes a fim de concluir um propósito específico. Já falei
demais. Abcs.